domingo, 27 de julho de 2014

O vôo

Tenho ido à Urca duas vezes por semana por conta de sessões de fisioterapia. Quando saio de lá, sento em uma pracinha tranquila e arborizada para pegar o ônibus e ir trabalhar. Sempre penso que um dia vou morar na Urca.
Já sentada dentro do ônibus, a moça que estava ao meu lado disse: 
- Tem um bicho na sua blusa.
Gelei. Imaginei imediatamente que fosse uma barata, mas para minha grata surpresa era uma joaninha. Uma linda joaninha vermelha de bolinhas, igual a de desenho de livro infantil..
- Coitada, eu falei. Como vou fazer para salvá-la?
O ônibus era com ar-condicionado e janelas lacradas e eu não tinha como fazê-la voar e seguir seu caminho.
Ela passeava lépida e fagueira por minha barriga, meu braço, minhas mãos e a moça ao meu lado, em pânico absoluto, fingia não estar acontecendo nada. Vai entender....
Falei para ela que quando eu era pequena tinha mania de colecionar joaninhas. Guardava dentro de caixas de fósforos e colocava no cantinho do jardim. Deixava a caixa entre-aberta para que elas pudessem sair e respirar! Era uma brincadeira deliciosa.
Fiquei me divertindo com a joaninha em seu passeio corporal e pensando se ela aguentaria até Ipanema onde eu poderia colocá-la em algum jardim.
A moça levantou-se e nem despediu de mim. Só sei que com esse movimento brusco, perdi a joaninha de vista.
Comecei a procurar discretamente para não acharem que eu era louca. 
Não encontrei mais e fiquei arrasada.
Então pensei que ela pudesse ter aproveitado e voado para casaco ou para a bolsa da apavorada moça. Era uma saída certa. 
Sem saber de nada a moça deu nova liberdade para a frágil joaninha que tanto a apavorou e eu arrumei um final feliz para ela e para mim.



Exposições


São muitas as exposições em cartaz na cidade, mas "Expo Made in Rio" me emocionou. São 3 fotógrafos - Arthur Sherman, Paulo Thomaz Lopes e Walter Rosa) que fotografaram o Rio cada um com o seu olhar. 

Mas Arthur Sherman, que conheço desde a época em que usava uniforme escolar no Vidigal e ia trabalhar de estagiário em produção de cinema, surpreende com as mais belas imagens feitas. As fotos foram todas clicadas no morro do Vidigal e são de uma beleza ímpar. 
Vale a pena dar uma olhada. 
E você ainda tem a oportunidade de levar as fotos para casa. Todas tem cópias a venda e por um bom preço.

Galeria Q-Gai,  Av. Henrique Dumont, 654 - Ipanema.

Autorretrato e Autobiografia - Salvador Dali.
Essa exposição dispensa apresentações. No Centro Cultural do Banco do Brasil/CCBB, uma grande mostra nos ajuda a entender um pouco todas as vertentes desse grande e louco artista. Os clássicos relógios moles estão lá, mas o que me encantou de verdade é a sequência de pinturas de quadros de flores. Flores exóticas, claro. Mas de uma delicadeza e de um colorido diferente do que estamos acostumados a ver no trabalho dele. 
Uma surpresa atrás da outra.
A entrada é franca e vai até o final de setembro. 
É imperdível.

FLIP

Este ano, por conta da copa do mundo, a data da FLIP - Feira Literária Internacional de Paraty mudou:
De 30 de julho a 3 de agosto.
O homenageado do ano é Millôr Fernandes.
A programação está incrível e dá vontade de mudar
para Paraty e participar de tudo. 
É um grande evento.
Mesas literárias, lançamentos e vendas de livros, flip off, flipinha, shows, festas, oficinas, novidades em tempo real e livros, muitos livros.

http://www.flip.org.br/

Academia de letras no céu

A melhor maneira de homenagearmos os três ilustres escritores brasileiros mortos nas últimas semanas, é lendo seus livros.
Os três possuem uma obra extensa e maravilhosa.
Basta fazer uma pesquisa e escolher o que deseja ler. 
Certamente, você vai se divertir.
Essa Academia de Letras no Céu começou em abril com a morte do colombiano Gabriel Garcia Marquez. Uma perda irreparável na literatura mundial.

Rubem Alves, pelo que pesquisei, é o único dos brasileiros que tem site oficial. Ubaldo e Suassuna, através da Wikipedia, ou sites de pesquisa ou das editoras, pode se encontrar a extensa biografia de cada um. 
Uma pena que o Brasil ficou um pouco mais pobre intelectualmente, mas a riqueza das palavras desses escritores, não morrerão jamais.

Boa Leitura.
Ariano Suassuna

Rubem Alves

João Ubaldo Ribeiro

Pós-Copa