domingo, 10 de novembro de 2013

Anjo da guarda.

Outro dia peguei um taxi muito cedo para ir ao subúrbio da cidade fazer uma prova. Quando estávamos chegando perto, percebi que toda a cidade estava indo para o mesmo lugar e para fazer a mesma prova que eu. O trânsito estava um nó e completamente engarrafado.
O motorista disse que conhecia a área e ia fazer uma bandalha. Concordei e lá fomos nós. Só que a passagem da tal bandalha tinha sido fechada com um murinho de concreto pois, provavelmente, vários motoristas optavam por esse caminho alternativo. 
Não satisfeito ele sugeriu um novo caminho. Sairíamos de alguma maneira da Linha Vermelha para pegarmos a Avenida Brasil, dando uma volta sei lá por onde. Topei.
Quando chegamos na Avenida Brasil o trânsito era tão intenso quanto. 
Bom, nessas alturas eu já achava que não chegaria a tempo de pegar os portões abertos. Sabe o que o motorista sugeriu?
-Vou estacionar meu carro e atravessar com a senhora a passarela da Avenida Brasil  e vamos a pé até aquela rua ali, apontando para ela. Não vou deixar a senhora sozinha andando por aí. 
Foi o que fizemos com passos rápidos, quase correndo, até a tal rua. Ele me indicou que no terceiro quarteirão era o endereço do meu destino. Paguei o meu "taximetro" e segui como se estivesse em uma maratona.
Ainda deu tempo até de ir ao banheiro antes da prova.
Bento era o nome do taxista e que se depender dele, tudo na minha vida dará certo.
Cada um tem o anjo que merece.

Andando por aí.













Erva-Doce

A erva-doce, também conhecida como funcho ou anis-doce, é uma planta originária do Oriente Médio, fortemente aromática usada na culinária e na perfumaria. 
Eu, particularmente, sou fã do chá de erva-doce desde pequenininha. Meu pai contava que quando eu estava no berçário chorando sem parar, ele convenceu a enfermeira a fazer um chazinho de erva-doce, que segundo ele, mamei com vontade em uma mini chuca para recém nascido. Podia ser fome ou cólica, ele dizia. Depois dormi feito um anjo.
Acho que de lá pra cá, a erva-doce passou a fazer parte da minha vida. 
Reza a lenda que os egípcios colocavam um raminho da erva embaixo do travesseiro para que o aroma espantasse os pesadelos e trouxesse uma boa noite de sono tranquilo.  Eles sabiam das coisas!
O delicioso chá acalma, aquece o ambiente, diminui os gases e tem propriedades diuréticas. 
O perfume é deliciosamente sedutor e aconchegante. 
Pode-se fazer o chá com a erva seca ou fresca. 
A erva-doce além de todas essas propriedades incríveis, ainda dá flor. Uma flor amarela, pequenina e delicada.
Sabonetes, desodorantes, perfumes, condimentos e especiarias. Tudo o que é feito dessa preciosa erva fica bom e cheiroso. 

A alma agradece.





Antonio Callado


A fotobiografia de Antonio Callado foi lançada na semana passada, na Academia Brasileira de Letras. 

Organizado pela viúva Ana Arruda Callado e pela pesquisadora Heloisa Lyra Bulcão, o livro de mais de 450 páginas, conta a trajetória pessoal e profissional do escritor, um dos mais importantes personagens da historia cultural, social e política brasileira.
Um livro que não pode faltar na sua estante.

Julio Le Parc


O argentino residente em Paris, Julio Le Parc, de 85 anos, nos presenteia com a belíssima exposição "Le Parc Lumière", na Casa Daros, em Botafogo. 

As obras de Le Parc vão se modificando de acordo com o ponto de vista do espectador. São obras cinéticas, modernas e que nos permite uma total e maravilhosa experiência luminosa. Por ambientes escuros onde a iluminação vem do objeto exposto, passeamos por diversas salas acompanhando, com respeito, a genialidade deste artista. 
Visitar a Casa Daros já é um programa e tanto. Além da exposição, pode-se tomar um bom café no bistrô e comprar coisas incríveis e diferentes na lojinha. Um programa e tanto. 
O valor do ingresso é R$ 12,00 reais a inteira e R$ 6,00 a meia.
Visitando o site pode-se ver a programação da Casa, agendar visitas, ver as outras exposições, cursos, bibliotecas, encontros, etc. 

www.casadaros.net

domingo, 29 de setembro de 2013

Azaléia

A primavera é a estação em que a cidade fica repleta de cores, pétalas de flores e poesia. Fico em estado de encantamento.
Quando eu era criança, morava em uma casa com jardim que minha mãe cuidava com muito carinho. Ela adorava flores e a sua predileta era a azaléia rosa. Tinham várias no nosso jardim com todo o seu esplendor em época de floração.
Cresci admirando a beleza dessa flor, que não é a minha predileta mas está entre as que mais gosto.
No início da vida adulta aluguei com uma amiga uma casa no interior de Minas, na cidade de Passa Quatro. Era para rever os amigos de lá, os amores, para os fins de semana prolongados, as férias e para levar os cariocas para conhecer a cidade. 
A casa era no alto de uma ladeira de paralelepípedos e tinha uma varanda grande em seu entorno. A primeira coisa que comprei foi um grande vaso de barro com um lindo pé de azaléia rosa para decorar a varanda e o meu coração.
Era tão bom quando eu chegava do Rio e lá de baixo avistava a planta florida na varanda. Ela pegava o sol necessário para crescer e florescer. E assim foi até que um dia não a vi quando subia a ladeira. Meu coração apertou.
Apenas no dia seguinte descobri com a pessoa que tomava conta da casa quando não estávamos, que ela havia sido roubada. Fiquei triste de dar dó. Saía olhando todas as casas para ver se via a minha azaléia em algum quintal. Nunca mais a achei e também nunca mais comprei outra.
Fiquei com ela e as do jardim da casa da infância para sempre na minha memória.
Que o vaso roubado tenha alegrado a casa onde foi morar ... ops... nada disso.
No fundo no fundo .....  acho que ela secou e morreu de tristeza.

Le Skylab


Independente do Festival do Rio, está em cartaz nos cinemas um pequeno e gostoso filme francês escrito e dirigido por Julie Delpy; Le Skylab ( O Verão do Skylab). Um filme totalmente despretensioso e que nos faz pensar e nos divertir sobre a nossa família. 
Todos temos uma família e todos temos um tio meio tarado, um primo de esquerda, outro de direita, uma avó meio surda e muitas, muitas crianças. 
A história é o encontro da família no aniversário da matriarca.

Eu achei uma delícia por várias razões e uma delas é que história se passa em Caen, uma cidade francesa perto da Normandia que eu visitei e adorei. Como nunca conheci ninguém que foi a Caen, foi ótimo relembrar. 
Julie Delpy é mais conhecida por aqui por estrelar a trilogia dos filmes românticos: Antes do Amanhecer, do Por do Sol e da Meia-Noite, de Richard Linklater. Mas ela escreve e dirige filmes bastante interessantes. Um Woody Allen de saia, digamos assim. 
Le Skylab é o seu último trabalho. 

Notas


1. Parabenizo ao canal Multishow por nos ter proporcionado a exibição de todos os shows que aconteceram no Rock in Rio. Para quem gosta de música e rock mas não teve coragem de ir ao festival, foi um presentão para ver de casa e reunir amigos.  Que venha o próximo!


2. O 11º Festival Intercâmbio de Linguagens - FIL, acontece até o dia 29 de setembro. Ainda dá tempo de ver e participar de alguma oficina, debates, espetáculos, exposições, etc. São 8 espaços abrigando os eventos do festival. basta consultar a programação no site: 

3. O Festival do Rio começou com uma programação intensa de 380 filmes entre curtas e longa metragens dos mais diversos países. É uma boa época para encontrar os amigos na fila de compra de ingressos ou reunir-se com eles para debater o filme assistido. Tem para todos os gostos e tribos:



ArtRua

A Art Rio é uma das maiores feiras internacionais de artes plásticas. Ela aconteceu este mês de setembro pelo terceiro ano consecutivo. Ir ao Porto já é um programa incrível por sua beleza e grandiosidade, sem falar de como é bom ver as novas tendências do mundo das artes e admirar os clássicos que estavam expostos para quem quisesse ver e se emocionar. 
Picasso, Pancetti, Volpi, Portinari, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral entre tantos outros grandes artistas.
Mas, paralela a ArtRio, aconteceu na Gamboa a ArtRua com uma outra proposta de artista "menos" conceituados mostrarem seus trabalhos. Achei esse vídeo que compartilho aqui para mostrar o que se anda produzindo de fato.


BOLHAS >> ArtRua 2013 >> Gamboa/ RJ from Rosa A. on Vimeo.

Olhando a ArtRio
















Capim Limão


A primeira viagem que fiz com a minha filha, ela tinha três meses. Fomos para o sítio do meu compadre em Casimiro de Abreu, Estado do Rio. Na porta da casa passava um rio e tinha uma moita enorme de capim limão. Nunca tinha visto tão grande.

Aquela moita me tranquilizou para uma futura cólica ou dor de barriga do bebê. Tirávamos as folhas finas e verdes e fervíamos para fazer infusão do chá mais perfumado e gostoso que tem. Suas propriedades curativas são imensas.
Até hoje tomamos o chá de capim limão em casa quando estamos tensa, enjoada, com dor de estômago ou apenas pelo prazer do chá.
Ele é conhecido como Erva-Príncipe, Capim Santo, Capim Cidreira e uma série de outros nomes que denominam essa "mato" tão poderoso. É uma planta herbácea da família das gramíneas, nativa da India e que faz um bem enorme para a saúde. 
Aqui no Centro da cidade é difícil encontrar o capim, mas em lojas de produtos naturais podemos adquiri-lo seco.  
Em qualquer quintal pode ser plantado. 
Ainda terei o meu arbusto particular.



sábado, 31 de agosto de 2013

Paquetá

Paquetá é uma ilha situada a 15 km do Centro do Rio de Janeiro. Todos nós cariocas temos lembranças da infância, época em que pegávamos a barca para fazermos piquenique com nossos pais, primos e amiguinhos. Andávamos de bicicleta, de charrete, jogávamos bola e éramos felizes. 
De lá pra cá muita coisa aconteceu e se transformou em nossas vidas, mas Paquetá não mudou. Continua lá, linda, bucólica, tranquila e transmitindo paz. E o melhor de tudo: não passa carro. 
Com restaurantes, Casa de Artes, histórias, lendas, passeios turísticos e parques, vale a pena fazer esse passeio bonito, barato e romântico.
Para maiores informações sobre a Ilha e da Casa de Artes, consulte o site www.ilhadepaqueta.com.br 
Bom passeio.

Um passeio em Paquetá
















minha singela homenagem ao AfroReggae


Filmes em cartaz

1. Flores Raras, de Bruno Barreto
Que Glória Pires é boa atriz desde sempre a gente sabe, mas nesse filme sua interpretação é visceral! O filme é lindo, delicado e polêmico, pois fala da história de um triângulo amoroso feminino. A direção de arte, figurino, trilha, tudo é bonito. A construção do Aterro do Flamengo, nosso maior parque ao ar livre, a arquitetura de Lota de Macedo Soares, a poesia de Elisabeth Bishop, a década de 50/60 e o amor. Imperdível.

2. Os sabores do Palácio, de Christian Vincent
Gosta de cozinhar e de comer bem? Então não perca esse filme. Ele conta a história da chef de cozinha Hortense Girardot, que é convidada para ser a cozinheira do presidente da França, Farnçois Mitterrand. 
É uma história baseada em fatos reais e um verdadeiro deleite de prazer poder observar as receitas, as formas de fazer, a dedicação, a criatividade e claro, o dom. 

Música no Museu

O Projeto Música no Museu iniciou-se em 1997, no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e 16 anos depois continua levando concertos de música clássica para diversos centros culturais e algumas igrejas, com o objetivo de oferecer música de boa qualidade, gratuitamente.  
A partir de 2007 o Projeto expandiu-se para outros estados brasileiros e em 2008 tornou-se internacional. 
Já tive a oportunidade de assistir a uma série de concertos desse projeto, mas um dos que mais me impressionou foi o concerto de uma harpista francesa que, infelizmente, não lembro o nome. O dedilhar nas cordas da harpa parecia um sonho. O silêncio, a luz e o som da harpa me transportou para um mundo lúdico. Por isso jamais esqueci.
Essa semana assisti ao Coral Obalalá, uma mistura de vozes francesas, belgas e brasileiras, que iniciou suas atividades no ano passado, com regência do maestro Obadias Ferreira da Rocha e o teclado de Hanri Pinheiro. 
O repertório com um sotaque delicioso varia de canções renascentistas, Beatles e Bossa Nova. Um brinco.



Bienal


A XVI Bienal do Livro 2013 acontece no RioCentro, na Barra da Tijuca, de 29 de agosto a 8 de setembro. São 30 anos de Bienal!

Com uma programação intensa de debates, cafés literários, palestras, encontros, lançamentos de livros de novos autores e autores consagrados, é um bom programa para esses dias de inverno com sol.
O melhor é conferir a programação no site e se organizar.

domingo, 28 de julho de 2013

Espiritualidade

Quando eu era criança lembro da minha mãe me levando toda semana pela mão, perfumada e arrumadinha, de maria-chiquinha de fita branca e vestido de babado. Pegávamos um ônibus para o centro da cidade.  Eram reuniões em um centro de mesa branca. Eu não entendia direito o que era aquilo e no início tinha um certo medo. Mas não podia fazer nada; eu era obrigada a ir. 
Com o tempo comecei a gostar e achar bom, pois era um encontro familiar e era uma forma de encontrar meus primos que também, assim como eu,  eram obrigados a ir.
Lembro perfeitamente do prédio, do corredor, da sala e do cheiro. Um cheiro bom de rosas brancas, de incenso de flor.  Gostava da festa de São Cosme e São Damião. Dia de encher a barriga de doces. 
Mas o meu pai não gostava dessas reuniões. Ele era devoto de São Jorge e gostava de ir em terreiros de candomblé, que eu também ia, certamente obrigada. 
Tive aulas de catecismo para poder fazer a primeira comunhão aos 8 anos de idade, na Igreja de Santo André, em São Cristóvão. 
Anos e anos depois, minha mãe tornou-se evangélica e boa parte da minha família também. 
Acho que por isso eu sou uma confusão espiritual, mas com uma certeza total é absoluta: o Deus é o mesmo em todas as religiões.
Tenho formação católica mas não sou frequentadora pois não concordo com alguns posicionamentos da Igreja. Gosto de arte sacra, de oratórios e imagens de santos. Não tenho um santo ou santa de devoção: gosto de vários. 
Tenho um pequeno altar em um canto na estante de minha casa, local em que faço minhas orações, acendo meu incenso ou uma vela branca para segurar essas intempéries que a vida nos coloca de vez em quando. 
Gosto das cartas do tarot, do baralho cigano, da runas e do I Ching. Meu ex-marido dizia que eu era um perigo pois acreditava em tudo! É que ele não acredita em nada, como nossa filha, que prefere a ciência ao invés do misticismo religioso.
Com a vinda do Papa Francisco, que acabou hoje sua visita ao Rio de Janeiro, uma coisa me marcou bastante e para sempre: os jovens dessa Jornada Mundial da Juventude que eu nem sabia existir. Eles eram facilmente identificados com suas camisetas e mochilas verdes, azuis ou amarelas e com as bandeiras de seus países enroladas pelo corpo. Nunca vi nada igual na cidade lotada. 
Grupos e mais grupos  de peregrinos alegres e bonitos, falando os mais diversas idiomas  e dialetos. A maior diversidade de sotaques nas ruas, nos ônibus, nas praças, no metrô, nos mercados, nos restaurantes, na praia... para todos os lados e lugares. Emocionante.
A missão principal: a fé, a espiritualidade e a oração. 
Que Deus abençoe a todos nós.
Amém!