"Santa Luzia passou por aqui com seu cavalinho comendo
capim. Dei-lhe pão, água e vinho”.
Essa ladainha era entoada por minha mãe quando eu tinha cisco
nos olhos. Com o dedo indicador e bem devagar ela ia massageando meu olho por
três vezes consecutivas. Pronto, o cisco
desaparecia. Talvez a simpatia tivesse outros versos, mas são essas as
palavras que lembro e que ensinei para minha filha quando também tinha um cisco.
Estive na Igreja de Santa Luzia, no centro do Rio, para
agradecer uma graça alcançada. Talvez em criança, com meu pai ou minha mãe, eu
tenha visitado anteriormente essa igreja, mas não lembro. Lembro de passar por ela e perceber que era toda pintada de azul.
Ela parece grande mais é pequena, os bancos são de dois
em dois e com uma almofadinha vermelha solta para ajoelharmos em oração. Lá
dentro, a calma e o silêncio de todas as igrejas.
Ela foi construída entre 1519 e 1592 - são muitas informações diferentes de datas sobre a construção exata. Mas foi em 1752 que
foi feita uma reforma de ampliação. O mar passava quase na porta da Igreja, mas
com a demolição do Morro do Castelo na década de 20, foi feito um aterro
afastando o mar e criando a Rua Santa Luzia.
Hoje ela está no meio do grande centro financeiro da cidade.
A historia de Santa Luzia, uma italiana de família rica, que
doou tudo aos pobres e fez voto de
castidade desistindo de um casamento arranjado pela família, teve um final
triste. Ao declarar seu amor verdadeiro e fiel a um só Deus, morreu decapitada
em 303.
Seu corpo está na Catedral de Veneza e comemora-se o seu dia em 13 de dezembro.
Luzia deriva de luz, da graça iluminadora, da janela da alma e por
isso tornou-se a santa protetora dos olhos.
Santa Luzia fará parte para sempre do meu coração.