domingo, 26 de fevereiro de 2012

Verão e Carnaval

E o Carnaval se foi junto com o horário de verão....Acredito ter sido o ano mais cheio de turistas no Carnaval do Rio. A cidade estava lotada! A prefeitura fez um esforço enorme para que tudo desse certo e conseguiu em parte. Acho que o saldo geral para a quantidade de pessoas nas ruas, é positivo. Muitos ajustes deverão ser feitos para o próximo ano, sem dúvida nenhuma, o aumento dos banheiros químicos é um deles.
Para quem não gosta, a cidade virou um inferno, mas se conseguir se organizar, não pegará nenhum bloco no caminho na hora em que estiver indo ao cinema ou jantar fora. Viajar para um lugar tranquilo também é uma boa opção. Já foi tempo em que o Rio ficava vazio no carnaval....
Carnaval combina com o verão, que é a estação da alegria, das novidades, da praia cheia, da cerveja gelada, dos amigos de fora e da descontração. Como disse uma amiga, Ipanema virou o point do mundo! Mas para recebermos tanta gente assim do Brasil e do mundo, bastava um pouquinho mais de educação. Aí, seria perfeito.
Cacá Diegues escreveu um belo artigo no jornal O Globo de ontem, Este mundo é um pandeiro, onde diz em um parágrafo:

"...cada vez gosto mais do carnaval, cada vez admiro mais o carnaval carioca. Entre outras coisas, por confirmar essa eterna alegoria do pandeiro como narrativa de um jogo ou de uma brincadeira que tornam impreciso o limite entre a verdade e a mentira.... não entendo o discurso saudosista, em defesa de um suposto carnaval inocente do passado, em que se dançava sem outras intenções e se cantavam marchinhas ingênuas e belas ( podiam ser belas, mas ingênuas nunca foram!)"

E viva Orfeu!
E viva Paulo Barros!

*Esta foto é o penúltimo por do sol antes do término do horário de verão. Evoé!

Oscar

Hoje é dia de Oscar. Eu, particularmente, adoro ver a cerimônia na TV. Ainda mais agora que ela é mais rápida, e sem aqueles chatíssimos números musicais.
Sou cinéfila de carteirinha e mesmo assim, não consegui ver todos os filmes concorrentes. Antigamente eram 5 candidatos ao melhor filme, agora são 10!! E olha que vou ao cinema...
Teve uma época em que fazíamos bolão todos os anos na produtora em que trabalhei. Era muito divertido e só ganhei uma única vez
Não importa. Tanto o Oscar, o Festival de Cannes, o Globo de Ouro, Festival de Berlim, Festival de Gramado, de Paulínea e tantos outros mundo a fora, sempre me interessaram e procuro me informar sobre eles, sobre os premiados e os não premiados.
Para mim o prêmio mais difícil é o de roteiro, sempre. Se você escreveu uma boa história original, com começo, meio e fim, e inteligível, pronto, o premio é seu.
Os atores, a direção de arte, o figurino, as canções , a fotografia e o diretor, irão dar vida para a sua historia.
Bom divertimento.

Jambeiro em floração na minha rua





Augusto Malta 14-05-1864 * 30-06-1957

O primeiro estágio que fiz ainda na faculdade, foi no Museu da Imagem e do Som, na Praça XV, no Centro do Rio. Entre tantas coisas que vi e aprendi por lá, ficou para sempre em minha memória, o acervo do fotógrafo Augusto Malta. Eu nunca tinha visto negativos em vidro. Umas pequenas e delicadas lâminas com imagens ao fundo. Fiquei encantada.
Augusto Malta era alagoano e veio para o Rio de Janeiro com 24 anos, em 1888. Foi auxiliar de escritório, guardador de livros e comerciante de tecidos. Em 1900, segundo relatos, um de seus fregueses de tecido pediu que trocasse sua bicicleta por uma máquina fotográfica. E, casualmente, Malta começou a tirar fotos e a tomar gosto pelas imagens, sem jamais imaginar que teria para sempre um lugar de grande destaque na história da cidade do Rio de Janeiro.
Foi o Prefeito Pereira Passos, em 1903, quem o contratou para registrar as obras públicas, prédios, escolas, inaugurações, enchentes, desabamentos, construções, carnaval... tudo da cidade que estava tendo seus traços alterados por conta das transformações que vinham acontecendo. E foi assim, na riqueza de detalhes e da importância da fotografia como documento, que Malta tornou-se o mais hábil fotógrafo da cidade. Foram 19 prefeitos e 33 anos no cargo, criado na época, especialmente para ele. Em 1911 tornou-se o primeiro fotojornalista brasileiro e mesmo aposentado, Augusto Malta fotografou por mais 20 anos.
Parte de seu acervo desapareceu ou estragou com a ação do tempo. Foram mais de 30 mil registros, mas ainda é possível pesquisar no Museu da Imagem e do Som, no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro e na Casa de Rui Barbosa. Vale muito a pena.

O olhar de Augusto Malta







Katia Moraes

Cabeça - Kátia Moraes from Rinaldo Lima on Vimeo.

Katia Moraes é uma artista completa: canta, dança, interpreta, compõe e ama o que faz acima de tudo. Brasileira, carioca e moradora de Los Angeles há mais de 15 anos, Katia canta com grandes nomes da música brasileira e estrangeira. Esse divertido e belo clip Cabeça, de Rinaldo Lima, é o seu mais novo trabalho. Vida longa!

Quer saber mais?

www.katiamoraes.com

domingo, 12 de fevereiro de 2012

3 anos de blog

O Rio que eu piso está fazendo aniversário e para mim é dia de festa e alegria. Atualizá-lo é sempre um prazer tão gostoso como o bolo ao lado.
2011 foi importante pois fiquei entre os 30 finalistas do TOP BLOG (o concurso de blogs no Brasil) e esta sim, foi uma grata surpresa. Agradeço aos e-mails que recebo diariamente, aos seguidores, aos amigos e aos que não conheço. É uma doce alegria poder compartilhar o meu olhar sobre a cidade em que vivo com amigos e pessoas de locais tão distantes.
Vida longa.

Carnaval

Por conta da greve da polícia e dos bombeiros às vésperas do Carnaval, no Rio de Janeiro e na Bahia, a melhor frase que li foi:
"Tá com medo de sair sozinho? Saia nos blocos".
É isso. O Carnaval carioca de hoje é repleto dos mais animados blocos que arrastam multidões em harmonia. Mas se você não gosta da folia, organize-se para não ficar engarrafado no meio de um bloco quando estiver indo à praia, ao cinema ou jantar.
A cidade está lotada e tem informações e horários dos blocos em todos os lugares.
Só não vale perder o humor, pois isso não combina com o carnaval.
Boa sorte!

Praça Paris

O italiano Giancarlo Neri fez a mais bela instalação que a Praça Paris, na Glória, poderia ter recebido. Com 9 mil lâmpadas programadas em ciclos, que ao anoitecer acendiam sincronizadamente em um espetáculo multicolorido. Giancarlo montou essa exposição em Roma, Madrid e Dubai e agora, encerrada na semana passada, no Rio de Janeiro. Me senti como Alice no País das Maravilhas diante tanta beleza, sonho e imaginação ao ver aquelas lâmpadas acenderem, apagarem, mudarem de cor em um espetáculo descontínuo de efeito e luz.
Mas o melhor foi ter ido à Praça Paris, pouquíssimo frequentada pelos cariocas por ter se tornado um ponto de encontro de travestis, prostitutas e mendigos. É uma linda praça, está bem cuidada e a partir do momento que entrou a arte, a frequência mudou completamente e famílias inteiras, grupos de amigos, artistas, jovens, idosos e simples transeuntes, puderam desfrutar da grandiosidade de seus jardins, lagos e estátuas. De lá avistamos o Aterro, o Outeiro da Glória, o Monumento dos Pracinhas, o Museu de Arte Moderna, os belos e imponentes edifícios do Centro da cidade.
Um programão. Que seja conservada como os Jardins de Toulerie.

Explosão de Cores













Novas Dicas

Livro: Clarice na Cabeceira - organização de José Castello
Ler Clarice Lispector é sempre uma dádiva e este livro é uma compilação de todos os seus romances. Imperdível para quem gosta do estilo inconfundível de Clarice.

Teatro: As regras da arte de bem viver na sociedade moderna, é um monólogo com a atriz Lorena da Silva que está em cartaz no Porão da Casa de Cultura Laura Alvim. Texto do francês Jean-Luc Lagarce, onde a personagem ensina como se comportar nos eventos sociais cotidianos. Vale a pena pela inteligência do texto e o desempenho de Lorena. E agora com preço popular: R$ 10,00.

Cinema: A Fonte das Mulheres, de Radu Mihaileanu, é um filme emocionante e inesquecível. Uma pequena vila no Marrocos atual, faz uma greve de sexo liderada pela lindíssima Leila (Leila Bekthi) para que os homens se mexam e busquem água para elas em uma fonte no alto das montanhas. Uma comunidade mulçumana, que no meio da seca e da corrupção, conseguem fazer uma manifestação feminista com cores e cantoria. Elas protestam cantando! É de uma delicadeza ... impressionante. O filme concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 2011.Como diz uma das personagens: a fonte das mulheres não é a água, é o amor.
Em cartaz no circuito alternativo da cidade.

Exposição: Heartbeat, de Nan Goldin é a polêmica exposição que o Oi Futuro negou e o Museu de Arte Moderna (MAM/RJ) abraçou. São duas exposições em uma. A primeira parte são fotos lindíssimas emolduradas na parede de pessoas e lugares. Tudo muito belo e lúdico. A outra parte são fotos projetadas em 3 cabines escuras e sem nenhum tratamento de imagem ou luz. Este é o submundo estrangeiro através do olhar de Nan. São travestis, prostitutas, drogados, gays, casais éteros e crianças, todos em momentos íntimos embalados por uma bela trilha sonora, como Björk e outras belas canções. Tudo com um fio condutor e confesso que não entendi porque a polêmica e porque o Oi Futuro não aceitou a exposição. A mim nada chocou.

Olhando o Rio