sábado, 26 de setembro de 2009

Taking Woodstock

O Festival de Woodstock foi o tema que escolhi para o meu trabalho de encerramento da faculdade de jornalismo em 1985. Naquela época não tinha computador e tudo foi datilografado e as fotografias coladas de revistas e jornais que pesquisei.
Ganhei de presente de um amigo e que tenho guardado até hoje, claro, o álbum triplo em vinil do Festival, que este ano completou 40 anos.
O que sempre me fascinou nesta história toda que aconteceu em agosto de 1969, foi a música e a liberdade de todos aqueles jovens que se reuniram em um final de semana para celebraram a paz, a música e o amor.
E ganharam o mundo todo!
A guerra do Vietnã acontecia em oposto a esta celebração de amor.
O documentário de 1970 sobre o filme, de Michael Wadleigh é muito bom, mas o filme que Ang Lee realizou quase 40 anos depois é simplesmente sensacional.
Ang Lee nasceu em Taiwan em 1954 e tinha 15 anos quando o Festival aconteceu nos EUA.
Um diretor que tem em sua filmografia filmes como: Razão e Sensibilidade, A arte de viver, O Segredo de Brokeback Montain, O Tigre e o Gragão, Desejo e Perigo, entre outros, já passou a fazer parte da minha lista de diretores preferidos.
Com este filme de agora, ele ganhou mais uma fã.
O filme é leve, divertido e conta acima de tudo, com um elenco excepcional que nos leva sem ir lá, aqueles dias de paz, amor, lama, sexo, drogas e rock’n roll. Uma delícia.
Deve entrar em cartaz na cidade em novembro.
Imperdível para qualquer geração.

Freedom - Richie Havens- Woodstock

Hortelã

Estava na cozinha após um dia cheio de preocupações quando minha filha falou:
- Vamos tomar um chazinho?
Eu respondi imediatamente:
- Nossa, claro. Que boa idéia.
Escolhi a caixinha verde de hortelã nova e fechada que eu tinha comprado.
Enquanto a água fervia comecei a ler o que estava escrito na embalagem:

“Seja lá qual for a sua preocupação agora, o chá de hortelã vai dizer:
Ah, não esquenta, respira fundo.
A hortelã é sempre otimista, vê o lado bom em tudo. Por isso é tão gostoso estar com ela. Hortelã é suspiro depois do sufoco. É tirar o sapato apertado.
É aquele vento que escapa da janela e passa pra lembrar que sim, a vida é boa.”

Adorei.
Tomamos o chá com outro pensamento e exatamente a sensação do que escreveram na caixinha.
Me lembrei de um romance que li onde tinham receitas deliciosas escritas por Capitu em épocas pra lá de longínquas.
Sempre fui fã de hortelã.
Hortelã no vaso em casa exala uma sensação refrescante, além de ser ornamental, linda e aveludada.
Gosto de hortelã no tabule, no quibe, na salada, no molho com iogurte, na bala de menta. Gosto de falar a palavra hortelã.
Hortelã é uma herbácea da família lamiacae, original da Ásia.
Seu poder curativo é o de acalmar:
o estômago, a alma e o pensamento.

Festival do Rio 2009


Todos os anos, quando chega setembro, o Rio se transforma na capital oficial do cinema.

Este ano são mais de 300 filmes e 60 nacionalidades diferentes.

Os olhares ao redor do mundo, com mais de duas mil sessões espalhadas por cinemas, praças e comunidades. Além do Pavilhão do Festival na Zona Portuária, acontecerão debates, première brasileira, première latina, homenagens, convidados especiais, comemorações do Ano da França no Brasil, documentários, ficção, mostra geração, mostra gay, etc... um verdadeiro panorama do cinema mundial.

De 25 de setembro a 8 de outubro.

http://www.festivaldorio.com.br/

ENTER


Enter é uma antologia digital organizada por Heloisa Buarque de Hollanda e lançado na web no mês passado.
São aproximadamente 40 novos autores selecionados por ela.
No site podemos visitar o conteúdo e o universo de cada um deles neste novo ambiente literário que conta com poemas, crônicas, aúdios, vídeos e quadrinhos.
Uma verdadeira brincadeira com as palavras e um grande amor pela web.
Vale a pena dar uma olhada nesta nova forma de literatura na internet.

www.oinstituto.org.br/enter

sábado, 12 de setembro de 2009

Olha o vassoureeeiroooo!!

O Jardim Botânico é um bairro que ainda tem grandes características de cidade do interior,
com suas ruas silenciosas, bucólicas, quitandas e mercadinhos.
Outro dia acordei com a seguinte frase sendo cantada na minha janela:
Olha a vassoura! Olha o vassoureeeeiro!!!!

Achei que estava sonhando e que eu ainda era uma criança.
Esse som musicado do vassoureiro me transportou para minha infância onde vassouras eram vendidas de porta em porta e o vendedor cantava exatamente igual.

Lembrei de meu vestido branco de bolinhas amarelinhas, com laços de fitas engomados que minha mãe insistia em prender nas minhas marias-chiquinhas.
Lembrei das sandálias ortopédicas também brancas que eu usava,
lembrei de como ser criança é bom e despreocupante.
Nada te abala, apenas o pirulito roubado pelo amigo,
ou o livrinho que a amiga não quer emprestar...
Fora isso, o choro do joelho ralado,
a briga para não escovar os dentes ou passear com o cachorro...
que delícia ser criança.

O mais incrível é que em apenas uma frase e em menos de um minuto, eu voltei no tempo.
Deve ser meio parecido com isso, embora em um tempo bem mais distante,
que as pessoas fazem regressão, e que confesso, sempre tive medo de não voltar nunca mais.
É um clique e tudo volta para trás.

Quando abro os olhos e continuo a ouvir o vassoureiro, percebo que não sou criança,
que não estou de vestido de bolinhas e nem de marias-chiquinhas e que e preciso levantar e ir trabalhar.

Preciso comprar uma vassoura nova.

XIV Bienal do Livro


Foi aberta na ultima quarta-feira, dia 10 de setembro, a XIV Bienal do Livro no Rio Centro.
São inúmeros títulos e lançamentos, rodas de leituras, cafés litarários com mesas debatedoras, exposições, visitas escolares, programação infantil, praça de autógrafos, poesia, novas editoras, livro em cena, mulher e ponto...para todos os gostos e para os mais e menos exigentes.
É a festa literária em plena atividade.
De 10 a 20 de setembro, de 9 ás 18 horas.
R$ 12,00

Primavera - Cecilia Meireles

A primavera chegará,
mesmo que ninguém mais saiba seu nome,
nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.
A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão,
começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra,
nesse mundo confidencial das raízes,
— e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur.
Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação.
Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares,
— e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno,
quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente,
e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas,
as árvores cobertas de folhas,
— e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega,
coroada de flores, com vestidos bordados de flores,
com os braços carregados de flores,
e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega.
É certo que a vida não se esquece,
e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Cecília Meireles : Obra em Prosa - Volume I

Homenagem a Ipanema- eleita a melhor praia do continente







Acervos:
Casa de Cultura Laura Alvim
Museu da Imagem e do Som